quinta-feira, 13 de julho de 2006

Nunca tá bom...


Daqui mais alguns dias é meu aniversário.

E eu me pego pensando aqui, em como o mundo dá voltas, né.

Há alguns anos, cerca de uns quatro ou cinco, a cada início de mês de julho eu já começava a visualizar como seria a comemoração do meu cumpleaños.

A primeira imagem, óbvio, é a da churrascada com os “podres”, que é o nome carinhoso que dou aos meus amigos.

Depois, a cervejada. Porque tudo que é bom, deve ser em grande quantidade, e deve terminar em "ada". CervejADA, churrascADA, mulherADA...

Mesmo que a palavra não fique esteticamente correta, o que importa é terminar em “ada”.



Na minha imaginação, meus aniversários partiam daí.

Apesar de ser em pleno auge do inverno, caindo sempre em dias frios como o Jack Bauer, eu sempre lembrava também da piscina, da mulherADA de shortinho e do concurso da camiseta molhada.

Aí já pensava também em muita droga, muito trance tocando até o amanhecer do dia seguinte, todo mundo louco de balinha, se abraçando e se permitindo.

Assim costumavam ser as festas dos meus aniversários. Pelo menos dentro da minha cabeça.



Porém, o tempo passa, o tempo voa. A poupança Bamerindus não existe mais, e nem mesmo meu emprego aquele. Logo, meus ideais agora sofrerão umas pequenas mudanças.

Porque o suburbano, desempregado, nessa época do ano, está completamente endividado com a C&A, o Renner, as Casas Bahia e uns quatro hipermercados diferentes. É nessa hora, no meio desse aperto, que o pobre decide fazer alguma coisa “só pra não passar em branco”...



— “Ô, meu bruxo... tô tão endividado, que esse ano não vai rolar a churrascADA...Mas vô faze um bolo com guaraná, pra não passar em branco... só prusíntimo...”



Mas sabe o que acontece?

O coitado do suburbano aqui acaba gastando quase o suficiente para prover o churrasco. Porque a gente sabe que o povo acaba indo embora comentando no ônibus que você está na merda.

Então você volta à C&A, saca aqueles últimos R$ 80,00 disponíveis, vai ao mercado e compra quatro garrafas de Guaraná, encomenda o cento de salgadinho sortido com a vizinha que faz pra fora, e chega em casa carregado de pacote.



E ainda vai ter gente indo embora, reclamando que, de camarão, o “risóli” tinha só o cheiro....



Mais informações, no decorrer do período...

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