segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Boa noite, meninas...

Sou admirador incomensurável das putas. Não apenas “a mãe do próximo”, mas das putas em geral, no sentido próprio da palavra.

Das prostitutas, não gosto muito. Fã mesmo, sou só das putas.
Pois as prostituas não existem. Essas meretrizes, mulheres da vida, são apenas mentirinhas que nos são contadas quando somos adolescentes. São lendas urbanas, histórias da Carochinha para jovens adultos. Não passam de contos de fadas (ou de fodas, se eu quiser bancar o engraçadinho...).

Quando era solteiro, entrei e revirei inferninhos das mais diferentes espécies. Caminhei por zonas inteiras, entrando e saindo (e entrando, e saindo, entrando, saindo, entrando, saindo...) de casas de baixo meretrício, atrás daquelas meninas que deveriam nos vir servidas em bandejas de prata, acompanhadas de gordas carreiras de cocaína e copos de whisky.
Mas não vi nada disso. Vi apenas jovens moças.
Procurei pelos prostíbulos por garotas sofridas, constantemente cobertas pela pesada sombra de seus elegantes cafetões. Moças que dão porque gostam, e que vendem o corpo fazendo disso sua fonte de sustento mambembe. Queria encontrar uma prostituta como aquelas dos filmes em preto e branco. Dos livros, dos palcos, da música. Dos relatos de maridos infiéis.

Fui atrás de Geni, de Maria Madalena, de Luana, de Bruna.
Busquei Kelly, Sheila e Stephanie.
Vieram apenas moças.

E eu procurava apenas por uma prostituta. Uma só, daquelas das quais sempre ouvimos falar...
Moças de cabarés, cortesãs suaves dos tempos antigos, garotas esbofeteadas que guardam pequenas marcas nos focinhos, graças às constantes bordoadas de seus clientes e gigolôs. As divas que sempre pegam os melhores clientes, as mães de família que aceitam velhos suados, gordos e peludos para levar o leite às crianças.
Aspirantes a modelos que não deram certo e resolveram então, dar — literalmente — errado.
Essas máquinas de sexo que não beijam na boca.

Encontrei apenas moças.
Meninas que se apaixonam como qualquer outra.
Que choram.
Riem.
Praguejam.
Roncam.
Conversam.
Seduzem.
Dormem.
Pagam a conta de luz.
Ficam de saco cheio às vezes.
Reclamam do salário.
Mulheres sem magia alguma.
Que não são dignas de serem recebidas com pedradas. Nem tampouco aplausos em demasia.
Que vivem de dieta.

Prostitutas são apenas um mito.

Fã, eu sou das putas.
Porque os filhos delas, que brincam com a minha cara a cada dia que passa, eu considero menos que prostitutas...


Mais informações, no decorrer do período...



Um comentário:

Anônimo disse...

Já estive em algumas (ou vááááarias) casas de tolerância desse tipo... concordo parcialmente com o q tu escreveu...
a esmagadora maioria é formada por moças mesmo... q resolveram receber por algo q outras fazem por esporte...
mas lamento informar q encontrei prostitutas tb... q trabalham simplesmente pq precisam trabalhar, independente do motivo q as levaram a isso... mas q fazem o q não curtem... e às vezes conseguem disfarçar... outras vezes não...
aliás... talvez tu mesmo já tenha encontrado com algumas q não tenha percebido...