Muitos me perguntam, constantemente, como posso ter tão poucos amigos, mesmo sendo assim, digamos, tão “expansivo”.
Não entendem como é possível que eu seja tão animado, divertido, empolgado, interessante, inteligente, de boa retórica, e mesmo assim, estar cercado somente pelos mesmos e poucos amigos.
Confesso que depois de tanto ouvir a mesma pergunta, acabei me colocando a pensar a respeito do tema. Até certo ponto preocupado, inclusive. Afinal de contas, do jeito que falavam, me dava a nítida impressão de que tratava-se de algo ruim, negativo.
Mas relaxei, logo em seguida, quando percebi que havia encontrado algumas respostas.
Percebi que amigos são assim mesmo.
“Batem” ou “não batem” com a gente. Simples assim.
E se “não batem”, então não servem para nossos amigos.
É bastante evasiva, eu sei. Mas é a única explicação que eu encontro para justificar o que acontece em relação a mim, por exemplo. Só isso explica o fato de, em uma mesma ocasião, dividir as mesmas situações com duas pessoas distintas, e isso tudo se tornar uma grande experiência partilhada com apenas uma delas.Outra coisa que descobri é que, pelo brilho do olhar, podemos perceber a sintonia entre as pessoas. Pare pra pensar na última vez em que você e seus amigos mais amigos, mais próximos, estiveram reunidos.
Lembre do rosto de cada um deles. Lembre das particularidades de cada um deles. Lembre daqueles defeitos que mesmo assim os tornam, cada um a sua maneira, especiais em sua vida.
Lembre da circunstância que te fez rir. Da que te fez chorar.
Pensar. Temer. Qualquer uma.Lembre daquelas discussões bobas, que em um primeiro momento davam impressão de que poriam tudo a perder.
Lembrem como você torcia pra que tudo aquilo acabasse de uma vez.
Lembre dos momentos em que vocês se conheceram. Lembre de como foi diferente das mesmas circunstâncias nas quais você apenas conheceu pessoas. Lembre como foi especial. Como sua vida mudou.
Lembre de tudo isso.
E depois tente lembrar do brilho nos olhos de cada um de seus amigos, em cada um desses momentos.
Se você achar que é difícil, eu te dou uma dica: basta lembrar do seu próprio brilho, nas mesmas ocasiões.
É idêntico. É o mesmo. É especial.
Uma vez ouvi a seguinte frase:
“Amigos são os irmãos que a gente escolhe...”
Depois de muito pensar, cheguei à conclusão de que amigos são sim como irmãos. Mas não os escolhemos. De jeito nenhum.
Eles simplesmente nascem, crescem e se desenvolvem, com o único propósito de cruzar os nossos caminhos e, cada um à sua maneira, modificar e melhorar nossas vidas.
Sua semelhança com irmãos, está no amor eterno e incondicional, que devemos ter, manter, nutrir e oferecer a cada um deles, até o fim de nossos dias.
Talvez por isso, sejam tão poucos.

* Com uma lembrança especial a três grandes amigos meus, que
fizeram suas malas e pegaram a estrada, cada um em direção a seu rumo.
Cit, com a certeza de que não vou me decepcionar...
Buchecha, com a certeza de que vou continuar me surpreendendo, e sempre de maneira positiva...
Mano, com a certeza de que nem mesmo a maior distância é capaz de fazer esquecer aqueles a quem amamos...
Mais informações, no decorrer do período...
3 comentários:
Que bom que tu voltou a escrever aki, senão não teríamos a chance de ler textos como esse....
Obrigada pela parte que me toca (ui)....ah, gostei da parte de andar com um amigo no escuro....ahá!
Adorei o texto, parabéns!
Bjo!
cara... confesso q rolou um nó na garganta qdo li este texto... tá foda a saudade de vcs...
só ñ esquece q amigo mesmo ñ some... posso estar longe, mas qq calmaria apareço por aí...
e se tu achou o comentário meio gay... vai tomá no meio do epicentro do olho do teu cu...
abração...
Susinha...
Pára com isso. Apesar de tudo, por mais difícil que seja acreditar, eu não sei lidar direito com elogio assim.
É sempre bom ser reconhecido por alguma coisa que a gente se esforça tanto...
E Cit... Não se preocupa. Não achei gay não.
Mas, pra não perder a viagem:
"Vai tu..."
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