Cada macaco no seu galho...

Rave é lugar pra quem entende rave. E só.
Sabe o que eu venho notando? Que nós, os que entendemos, estamos prestes a sofrer um dos males mais chatos da atualidade: a popularização.
Não é de hoje que venho notando mudanças no andamento de algumas das festas mais interessantes produzidas no Estado. Não só do público em si, mas principalmente de seu comportamento.

Raves, até bem pouco tempo, eram mal vistas. Apesar disso, nunca deixaram de atingir o seu objetivo sublime, de celebrar a música, a paz e o espírito. Entretanto, hoje a cena já não é tão bacana quanto os esforçados produtores locais sonham que seja.
Já vi gente usando aqueles bonés com aba reta. Usando calça XXL. Já presenciei furtos. Precisei ser rápido para escapar de confusões bem semelhantes às típicas ocorrências dos bailes funk.
Já vi alguns suburbanos muito mal acabados rindo de uma performance de malabares, como se estivessem em um circo, ou contemplando mais alguma palhaçada descabida de seus amigos.

Sabe a razão disso? A popularização... Fétida e maldita popularização.


Muita gente me pergunta:
— "Rafael, tu não gostaria que tocasse psy nas emissoras de rádio?"

E eu respondo, mais rápido do que costumo desembalar um pirulito:
nem fudendo. Nem que fosse um decreto-lei. Te juro que nem que me pagassem, eu gostaria de ouvir psy tocando em rádio.
Já me basta (na verdade, me extrapola...) perceber que algumas casas noturnas (medíocres e aproveitadoras) andam dividindo seus setlists entre Gigi D'agostino, GMS, Bonde do Tigrão, Skazi e Louca Sedução (que não merece link...) .

É por isso que eu não quero que toque psy em rádio. Por isso que eu não quero que as festas sejam divulgadas. Mesmo que eu corra o risco de perder alguma por não ter sido informado a tempo. Tudo bem. Juro que não importa. Prefiro deixar de ir a uma ou outra rave a ver as festas frequentadas por esse tipo de gente: os que não entendem rave.

Portanto, amigo(a) leitor(a), encare esse post como uma espécie de conselho, e faça um favor não só para mim, como para você mesmo.
Basta responder (mesmo que apenas mentalmente) às questões abaixo. Se você pensar SIM para boa parte das respostas, eu lhe pediria então, encarecidamente, para que você não fosse NUNCA MAIS a uma rave.
Nunca...
Nunca mais...

• Você sabe a diferença entre house e psy?
• Ou melhor... você sabe o que é psy?
• Você dança?
• Quando dança, você faz aquelas espécies de "passinhos"?
• Você usa sapato para ir às festas?
• Incomoda-se de voltar para casa com ele (o sapato) sujo?
• Gosta de músicas que contenham letra?
• Espera que toque algum pagode ou funk nas festas que frequenta?
• Não entende uma pessoa usando óculos escuros em uma festa, muito menos se for à noite?
• Você gosta de voltar para casa enquanto os demais seres humanos ainda dormem?
• Importa-se de ganhar um abraço bem apertado ou um beijo bem caloroso de alguém que você nunca viu?
• Nunca na sua vida ouviu falar em Absolum, Azax Syndrom, Bamboo Forest, Baphomet Engine ou Dark Nebula?
• Você "cansa" nas festas que frequenta?
• Quando cansa, faz cara feia e tenta esculhambar a festa do pessoal à sua volta?
• Você e seus amigos lançam "gritos de guerra" quando estão juntos?
• Você nem sabe muito bem o que rola numa rave?

Pensem muito bem nisso.
Será um favor para muita gente, de verdade.

Inclusive para você mesmo.

Mais informações no decorrer do período...