quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Start spreading the news...

Voltei. Ao que parece, pra ficar.
Boa parte da demora deve-se a uma dúvida infernal em torno do que escrever, e qual seria a melhor forma de anunciar tal retorno. Pensei, pensei, e nada de construir um link entre meu último post e este.
Portanto, vou da maneira mais brusca mesmo, reproduzindo algumas conversas que valeram a pena entre meu grupo de amigos, e alguns raciocínios que andei desenvolvendo ao longo desse tempo todo.

O texto abaixo, por exemplo, foi feito no dia 18 de junho.
Vou reproduzi-lo na íntegra.

Ontem eu tive o desprazer de assistir a alguns trechos do Fantástico, e acompanhar uma matéria mostrando um pouco daquilo que a imprensa divulga, e que acaba incomodando nosso digníssimo Presidente Lula, ou seja, o lado ruim do país.

Aí sabe o que eu pensei?
Que é só isso mesmo que o Brasil tem pra mostrar...
Infelizmente, um país precisa ser bom e lindo para seus habitantes, e não para turista ver...
O Brasil tem riquezas naturais lindíssimas? Tem sim, e daí?
Tem igrejas, monumentos históricos, um relevo lindo, caatinga, planaltos, planícies e tudo mais?

Tem, e daí?

É só... de resto, é um povo que só se fode, se preocupa em manter a ordem pra que essa gente possa ficar rica e aproveitar o que deveria ser de todos...

O que mais me dá dó, é saber que ainda existe uma parcela (e muito grande, o que é pior) de gente que acha possível algum tipo de mudança.

No Fantástico apareceu um moleque de 17 anos, que não tinha nem registro de nascimento. Nunca teve um documento na vida. Não sabia nem que isso existia.
Aí os repórteres foram lá, bem bonitinhos, levá-lo a um cartório, para conseguir a certidão de nascimento do rapaz. Que mal sabia falar. Que na verdade mal conseguia se comunicar, devido aos 17 anos socados dentro da mata, cortando palmito para os fazendeiros do interior de Goiás. Onde impera mesmo é o coronelismo, a lei do estanho, lei da bala.

No final da matéria, o guri apareceu de novo. Dizendo que agora conseguiria fazer a matrícula em alguma escola. Uma musiquinha bem emocionante encerrou a reportagem. O repórter tinha água nos olhos. O moleque tb.

E eu pergunto:
Colégio pra quê?
Pra ter chance de quê?

Dá pra imaginar o colégio no qual ele vai se matricular?
Dá pra imaginar a qualidade do ensino?
Dá pra imaginar a capacidade de aprendizado de um moleque que viveu como um lobo até hoje?
A única coisa que eu consigo prever, é esse guri ficando puto com o colégio, que está fazendo ele perder os 22 centavos que poderia estar ganhando se estivesse com o facão na mão, ao invés de estar ali, tentando aprender logarítimo, tabela periódica a conjugação correta do futuro do pretérito mais que perfeito...

terceiro mundo é foda mesmo...”



Mais informações, no decorrer do período...

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