Tupiniquins...

O presidente Lula deveria conceder entrevistas coletivas toda semana. Sério.
A exclusiva do Estadão de domingo passado só deixa claro que ele não tem nada a perder - mesmo com as perguntas mais escabrosas dessa mídia má, boba, feia e chata.
Lula só tem diploma de presidente, mas parece ter estudado na Escola Antônio Britto de Vaselina Política. Entre a barafunda de perguntas do jornal, alguns destaques:


O Estadão: O que ficou da investigação do mensalão, no seu primeiro mandato?

Lula: Ficou o seguinte: quem erra paga. (...) Tem gente que acha que isso é um trauma. Para mim, não. Para mim, isso é um canal de desobstrução da democracia brasileira.

O Estadão: Quem errou, presidente?

Lula: Eu não sei quem errou.

O Estadão: O PT errou?

Lula: O PT não errou. Eu acho que pessoas do PT podem ter errado.

O Estadão: O ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) errou?

Lula: Não me perguntem, eu não sou juiz. Eu acho que quem errou pagará pelo erro que cometeu. Agora, o que eu quero para mim, para os meus amigos e para os meus adversários é que todos tenham direito à defesa.

O Estadão: Até hoje, o sr. não disse quem o traiu.

Lula: Nem vou dizer. Porque não é necessário. O PT não merecia passar pelo que passou. E isso faz parte da história contemporânea do País. Não faz parte do passado, não.

O Estadão: O sr. teve indícios do mensalão?

Lula: Não. Não. Eu quero ver o resultado do julgamento, quero ver o processo. Isso vai terminar um dia. Eu acho determinadas coisas abomináveis. (...)

O Estadão: E o José Genoino?

Lula: Do que o Genoino era acusado?

O Estadão: Ele era o presidente do PT.

Lula: Ai meu Deus do céu! Eu, a priori, não digo que ninguém é inocente ou culpado. Quem for culpado que seja condenado. Agora, quem acusou peça desculpas aos que forem inocentes.


Porque a palavra desculpa parece estar um pouco fora de moda no Brasil.



Mais informações, no decorrer do período...