Rapaz, acordei com muita raiva hoje. Mas muita mesmo. Pior que mau humor. Pior que chefe velho. Pior que mulher na TPM. Pior que mulher mal humorada na TPM.
Não fossem essas novas formas tecnológicas de contato entre os seres, hoje seria bem complicado manter uma comunicação básica comigo.
Tudo isso, porque fui dormir já invocado, com uma notícia que eu li.
Hoje, vejo que não parou ainda.De tempos em tempos, volta essa moda ridícula de "combate às raves", e eu continuo sem entender a razão de tudo isso. Ou melhor: até entendo, mas é complicadíssimo ter credibilidade quando eu mesmo sou apenas mais um subversivo, sob as vistas do rebanho.
No Brasil, as coisas são assim: não sabe-se como resolver uma parte, então elimina o todo.
Ignorantes como o governo, a polícia e a justiça são, fica difícil até mesmo entender a velocidade em que o mundo anda. Se não sabem nem do que se trata esse tal de ecstasy, então o melhor mesmo é dar fim nessas "reives" que andam rolando por aí.A bola da vez, é a Tribe Rio.
Agora vão ouvir os organizadores. Gente séria, trabalhadora, que dedica muito mais que boa parte da sua vida buscando forma de proporcionar o melhor do entretenimento às pessoas.
Bem igualzinho ao que faz a Família Sirotski, quando produz o Planeta Atlântida. Mas a polícia não vai lá incomodar o "Seu RBS", né...ora, era só o que faltava.
Alguns devem estar pensando: "ahh, mas ele é suspeito pra falar, porque gosta de rave... "
Tudo bem. Você pode pensar mesmo. É um direito seu.
Mas eu não gosto de shows de reggae, e nem por isso quero que eliminem da face da Terra os eventos do gênero, só porque rolam por lá toneladas de maconha.
Eu não gostaria, por exemplo, que riscassem do mapa a Praia do Rosa e a Guarda do Embaú.
Pagode eu não passo nem perto, mas nem por isso quero que exterminem essas festas por causa da cocaína que é cheirada lá dentro.
Gostaria que eliminassem sim, mas por outros motivos, que dizem respeito só a mim.

Será que só eu enxergo que nem a festa, nem o produtor, nem a música que toca, têm culpa por um abobado que resolveu, a grosso modo, se matar?
Sim, porque isso é pouquíssimo comentado.
O fato do frangote ter mentido para os pais, forjado uma identidade falsa e ter tomado 10 comprimidos de ecstasy de uma vez só passa batido numa sociedade que é dominada pela Igreja Católica, que nos ensinou, desde bem novinhos, a demonizar e colocar a culpa em alguém por nossos atos estúpidos.

Agora, pra esse povo ignnorante, a imagem das festas já foi queimada.
Agora, o "Cristo" da vez é o organizador da Tribe Rio, que provavelmente vai pagar pelos erros dos outros.
Desses idiotas que sequer sabem onde estão indo, e provavelmente acabariam morrendo em qualquer outro lugar que estivessem, mesmo que fosse embaixo das saias engomadas de suas mamães da classe média-alta.
E o que mais me irrita, é que a maior parte das besteiras ditas ao longo de um caso como esse, é de gente cínica, hipócrita e talvez um pouco esquecida, quem sabe pelo consumo exagerado de drogas, característico de sua geração. Gente que tem flashback até hoje quando lembra do Woodstock.

Por enquanto, fica aqui a minha torcida para que larguem de mão o pessoal da Tribe Rio.
A minha torcida para que os provincianos daqui não recorram no erro deste imbecil que se matou.
(minha torcida maior, aliás...porque gaúcho tem essa mania porca de se deslumbrar
com tudo que carioca faz, então eu não duvido que algum abobadinho tente imitar, dizendo que com ele "não dá nada"...)
Enquanto isso, eu vou pensando seriamente em só curtir agora festinhas com meus amigos, na minha casa ou na casa deles. Isso até surgir o primeiro bom samaritano a achar alguma coisa feia nisso também...
3 comentários:
Recordo-me na minha sala no 1º colegial onde por causa de cinco moleques zueros a nossa sala ficou conhecida como a pior da escola. Bastava voce ser dela, mesmo q nunca tivesse feito nada, para a direção já te olhar torto, até num dia em q, soltaram fogos no banheiro da escola (os culpados eram de uma outra sala), e a direção chegou ao extremo de chamar a policia e diretamente para a nossa.
Entendi o seu ponto de vista, é como se jogassem o cesto de frutas todo fora, ao inves de só tirar duas estragadas.
Infelizmente meu caro, a sociedade é assim, sempre julgam a parte pelo o todo. É mesmo revoltante.
Abraço!!!!
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http://emlinhas.blogspot.com/
EM LINHAS...
Quando as palavras se tornam o nosso mais precioso divã.
Novo texto: As Correntes
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Rafa, o que EU posso te dizer??? Muitas pessoas não solucionam problemas... apenas encontram uma forma de encobrir, mascarar o que deveria ser solucionado. É muito mais fácil cobrar mais ou agir de forma generalizada.
Bjs!
É o mesmo caso lá dos trotes para o 190, 193...colocando de uma forma bem entendível: se a unha tá encravada, a solução é cortar o dedo fora?
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