domingo, 6 de agosto de 2006

Não sei um título pra isso...

Imaginem vocês, chegar ao novo local de trabalho, e o seu chefe lhe fazer a seguinte questão:

— “Antes de mais nada, eu quero saber se tu curte um psy, umas raves, umas paradas assim...”

Assim mesmo, como descrevi acima.
Num primeiro momento, achei que fosse pegadinha.
Lógico. Pensa comigo, e vê se eu não tenho razão. No primeiro dia, em uma empresa séria, e o chefe (veja bem, eu disse O CHEFE...) me pergunta logo se eu gosto de psy...

Confesso que fiquei com uma pulga atrás da orelha na hora de responder.

— “E se eu admitir que gosto? Será que ele vai achar que eu sou só mais um desses drogados, consumidor de substâncias sintéticas e de água mineral em excesso?”

Ou:


— “Mas vai que eu digo não, e ele é um fã ardoroso? Eu acabaria perdendo uma excelente oportunidade de estreitar os relacionamentos com a chefia.”

Dúvidas. Muitas dúvidas.
Enquanto eu pensava, podia perceber seus olhos já ficando inquietos com o meu silêncio. Eu precisava responder logo, antes que começasse a parecer um retardado.
O problema é que ainda não sabia o que dizer.

Ô meu Deus... que situação...


Aí, com a testa já gotejando, resolvi lascar:

— “Olha, seu fulano... vô lhe ser bem sincero...tô meio com medo de lhe responder...”

— “Ué... mas por quê?”

— “Porque me parece aquelas perguntas feitas quando a gente vai se alistar. A gente nunca sabe o que deve responder, por medo de acabar mofando no quartel...”


...o diálogo prosseguiu...


— “Mas não precisa, rapaz...só quero saber se tu gosta de um determinado ritmo...nada demais...”

— “É verdade, né...tem razão...exagerei mesmo... — argumentei, aliviado — “Eu gosto sim...Aliás, gosto e muito. É um dos meus ritmos preferidos, e as festas que eu mais gosto de ir...”

...e ele:


— ”Que horror...Como é possível? Uma música de drogados, que só toca nessas festas de baderneiros, arruaceiros...”Que mal gosto...”


— “.......”


....



Uns cinco ou dez minutos depois, quando percebeu que eu já estava praticamente chorando, ele decidiu que era hora de dizer que estava brincando. Porque ele não só gosta, como fotografa, mixa e produz raves em Porto Alegre.
Inclusive, está desenvolvendo um site exclusivamente voltado ao cenário gaúcho da música eletrônica.
E sabem o que mais? O site ainda vai trazer, periodicamente, artigos assinados por este que vos escreve.
Viram só, que bacana?

Agora eu preciso sair um pouco.
Vou visitar uma Mãe de Santo, e tomar um banho de sal grosso.
Olho grande é uma coisa triste...
Não esperaram nem uma semana, e já estão me agourando...


Mais informações, no decorrer do período...

2 comentários:

Anônimo disse...

A minha experiência chefística resume-se a, no máximo, um chopp no happy hour ou churrasquinho de fim de ano... Não consegui definir se é bom ou ruim essa afinidade toda... mas q vai render ótimas histórias, isso vai...

Anônimo disse...

Ih, estas perguntinhas são de matar!
Ainda mais quando não se pode calcular ao certo o impacto de uma resposta que não agrade o senhor feudal!

O jeito certo é, se envolver sem se comprometer!