terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Eu "fardo" mas não "talho"...

 
 
 
Pois então, gente...
Voltei.

Agora já em 2008.

Não poderia dizer que voltei descansado, porque na nossa sociedade um cara que não tem emprego não tem sequer o direito de cansar, quanto mais o direito de descansar.
Porém, como eu "cago e ando" pra sociedade, e além disso o blog é meu, eu comunico a todos que estou bem descansado sim.

Minha mulher certamente não vai gostar desses post, mas a verdade precisa ser dita: só descansei mesmo, agora que voltei à capital.

Fiquei na praia do dia 27 de dezembro até o dia 5 de janeiro deste novo ano.
Praia aqui do sul mesmo, do litoral gaúcho.
E é exatamente isso que me cansa.

Na verdade, a praia em si até que não me incomoda. É feia, é suja, é fria, é mal acabada, mal feita, mal administrada e mal servida como qualquer praia do litoral gaúcho. Até aí, normal.

O que me atrasa a vida é o povo gaúcho mesmo. Não tem jeito.
Por mais que o povo daqui acredite ser algo diferente, na verdade não deixam de ser brasileiros. E isso não é bom pra ninguém, em lugar nenhum do mundo.
Nem no Brasil.

A cada ano que passa, me assombro mais (ao passo que também me acostumo) com o comportamento e a forma de pensar e agir do povo gaúcho quando sobe às praias do litoral norte do estado.
Pra começar, eu sinceramente não sei onde vai parar o tal do orgulho gaúcho nesse período de festas e férias.






Durante o ano, quando é frio aqui, eu tenho de aturar o papo mais chato do mundo.
Coisa que não falta, é gaúcho dizendo que Porto Alegre é sensacional, que o Rio Grande do Sul é incrível, é o melhor estado, melhor qualidade de vida, melhor estrutura, melhor povo e toda essa merda que somos obrigados a ouvir, e à qual eu jamais gostaria de ser associado como sou.

Um pequeno esclarecimento:
Eu não penso assim.
Acho que o sul é tão ruim quanto
qualquer outro estado brasileiro.


Pois basta chegar a segunda quinzena de dezembro, e esse papo some.
Ano após ano, uma parcela dos gaúchos mostra as duas caras que tem, se vende como uma prostituta barata, e se entrega aos encantos de Santa Catarina e Punta del Este.
Ou pelo menos gostaria muito de se entregar, porque não é todo gaúcho que tem a condição, né.
Aqui, símbolo de status é "deixar escapar" numa conversa entre amigos o comentário de que vai viajar no feriado:

- "bah, e o Reveillon, vai passá aqui?"
- "não, véio... vô subí pra Santa..."
- "do caralho... vai pra onde?"
- "pra Barrinha, véio... rootêra..."

e sai, peitinho pra frente, se achando a última bolacha do pacote...

O gozado, é que nunca presenciei um diálogo assim:

- "e aí, cara... vai fazê o quê no Reveillon?
- "vô ficá aí mesmo, né... sô gaúcho, com orgulho...não tem praia melhor..."
- "e pra qual praia tu vai então, tchê?"
- "cara, vô ficá ali entre Nazaré e Salinas, na casa da minha vó..."
- "..."




Mas isso tudo é só um detalhe.

O meu feriado foi ótimo.

Passei dias ótimos na companhia da minha esposa (que a essas alturas, certamente já não está mais lendo...), consegui uma cor bacana, li um livro espetacular e recarreguei as energias.
Sobre o ano-novo, tive uma das melhores festas da vida inteira.
Só precisei de excelente companhia, um clima de Punta e uma paz que nem os Catarinenses sonham ter.

Sem gastar um tostão.

Até às 10:00 do dia seguinte. Sem nunca parar.
 

P.S.: todas as fotos desse post foram tiradas por mim, durante o feriado de ano-novo.


 
 

2 comentários:

Suzi Schio disse...

sério? TODAS essas fotos foram tiradas aqui?

que horror!

Anônimo disse...

cara,
Me desculpe, mas tu deve ser burro pra caramba, e vai nas piores praias. e tu so pode ser paulista.
Vai pegar um congestionamento pra s divertir, ver neve de poeira, comer fundi no calor das inversão termica, ver floresta queimada.....