No post abaixo, eu comentei que li um livro espetacular.
E é a mais pura verdade.
Ganhei de uma grande amiga, no amigo secreto de final de ano, um exemplar de "A Menina que Roubava Livros", do escritor australiano Marcus Zusak.
Já tinha lido alguns comentários a respeito da obra dele, e mais ainda a respeito deste título específico.
Mesmo assim, fui surpreendido.Antigamente, quando eu ainda estava na fase das grandes descobertas literárias, lembro que terminar um livro do qual gostava muito era ao mesmo tempo bom e ruim:
- Bom, porque eu sabia o destino de personagens que me cativaram.
- Ruim, porque a história acabava, e não existiriam novas histórias com essas personagens.
Dava saudade, sabe? E fazia muito tempo que não sentia isso.
Mas no sábado, depois de anos, senti novamente quando cheguei ao fim de "A menina que roubava livros".
O enredo é interessante, o autor utiliza técnicas bacanas durante a história toda, mas o que encanta mesmo são personagens como a roubadora de livros, Liesel, e seu pai de criação, Hans.
São personagens bons, não no sentido piegas da coisa, mas por causa da doçura com a qual atravessam uma guerra. É lógico que uma criança enxergando os horrores da Segunda Guerra Mundial não é exatamente algo novo, mas o modo como Zusak o faz, é.
Para começar, a questão da narração sob o ponto de vista da Morte.
É esse distanciamento (o fato de não ser o humano contando a história) que talvez permite tirar a pieguice da obra, uma vez que você vê os fatos nu e crus a partir da visão de alguém que não entende o que é ser humano, mas ainda assim se permite observá-los (e como a narradora mesmo diz em certo momento, acaba por subestimar ou superestimar cada um que vê).Outra coisas são os saltos temporais dentro da obra. Eu obviamente não vou revelar nada, mas o fato é que a Morte, acaba em alguns momentos antecipando o destino dos personagens. Chega até a ser cruel, porque parece que isso faz você gostar ainda mais deles.
E eles são apaixonantes, mesmo. Fazia tempo que eu não via um livro com um punhado de personagens tão carismáticas como Max, Liesel, Hans, Rudy, Rosa e outros. Acredito que principalmente porque eles não são perfeitos, ou seja, são humanos.
Por fim, ainda há todas as imagens criadas pelo autor, que são poesia pura. Estrelas queimando os olhos, uma cozinha cheia de neve, o homem com a mão cheia de cerejas. As figuras criadas por ele servem como um contraponto ao horror que acontece na rua Himmel, espaço principal da obra, durante a guerra.
Ahh...outra coisa.
Se você tem vergonha de chorar em público, recomendo a leitura somente nos momentos em que estiver plenamente sozinho...
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
"Quando a morte conta uma história, você deve parar para ler"
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8 comentários:
Realmente, esse livro é extremamente emocionante, cativante e triste(por se tratar dessa aberração que foi o Holocausto)...Não li, mas participei como ouvinte de partes interessantíssimas...Isso só despertou em mim, a vontade de saber mais e mais sobre essa tragédia do passado! Não posso acreditar na maldade humana elevada a graus tão extremos....
Um decepção ser humana, uma decepção....
Boa dica!!
Aliás...excelente dica!!
Bjs...
best book EVER!
Fico feliz, que tenhas gostado do presente!
Perfeiito
Nossa. Que coincidência. Acabei o livro ontem, e procurando pela internet achei teu blog. Não preciso dizer que tirou essas palavras do meu pensamento. O que pensei ao acabar, não sem minha cara inchada e vermelha do choro, foi exatamente isso: eu não queria que tivesse fim.
Fazia tempo que não me apegava tanto à personagens de um livro. Muito menos quando entre eles se inclui a própria Morte.
Good post and this mail helped me alot in my college assignement. Thank you for your information.
Muito legal sua descrição sobre o livro, tô super curiosa pra ler. Parabéns!
Bela descrição, estou super ansiosa para ler este livro. :D
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